O movimento "Salve-se Quem Puder" foi criado pelos estudantes da área de saúde da UnB em virtude das condições atuais em que se encontra o Hospital Universitário de Brasília. O movimento é organizado pelos Centros Acadêmicos de Medicina, Enfermagem, Farmácia, Nutrição e Odontologia, e visa a conseguir as melhorias necessárias para que o HUB possa prover atendimento de qualidade à população do DF. Se você é estudante da UnB, da saúde ou não, ou um usuário do HUB, ajude-nos a te ajudar. Participe!

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Texto de apresentação SOS HUB

O projeto SOS HUB – salve-se quem puder é um projeto criado pelos alunos das Faculdades de Medicina e Ciências da Saúde com o objetivo reivindicar melhorias para o Hospital Universitário de Brasília (HUB). Foi criado em 2008 motivado pelo descaso em relação às obras referentes à revitalização do Pronto-Socorro do HUB, que se encontra fechado desde abril daquele ano, ou seja, há 3 anos. Até hoje não foi feita licitação para que a obra seja iniciada. Atualmente o movimento SOS HUB expandiu seu foco de ação, e visa a revitalização do Hospital Universitário como um todo, tentando torná-lo um foco prioritário dentro da Universidade de Brasília e do Distrito Federal.

O Hospital Universitário de Brasília passa por uma série de problemas, dentre eles, os mais críticos são: financiamento insuficiente, a inexistência de um pronto-socorro e falta de profissionais.

Para que o HUB funcione em condições ideais é necessária a contratação de aproximadamente 600 profissionais das várias áreas de saúde, dentre esses, 81 médicos. As especialidades mais defasadas são a ginecologia e obstetrícia, pediatria, neonatologia e anestesiologia. Para conseguir fechar uma escala de plantões nessas áreas é necessário firmar contratos precários e pouco atraentes para os médicos, e por vezes as vagas temporárias não são preenchidas. O bloco cirúrgico é subutilizado, e realiza apenas metade das cirurgias que poderia, devido à falta de anestesistas.

A contratação por concurso público é demorada e incerta, pois é feita sob autorização do MPOG, o qual não vem colaborando nos últimos anos, fato que gerou até mesmo um processo no Ministério Público por parte da direção do HUB para forçar a liberação das contratações. Para piorar esse quadro, há o indicativo de que não serão realizados novos concursos públicos em 2011. Logo, é de importância ímpar que o GDF faça a concessão temporária de funcionários da Fundação de Saúde do DF para o Hospital Universitário, com o objetivo de preencher esses cargos até que médicos concursados os ocupem, e com isso garantir o pleno funcionamento dos serviços oferecidos à população do Distrito Federal. É urgente a realização de concursos públicos para o preenchimento dessas vagas de modo regularizado, já que atualmente são preenchidas por contratos precarizados.

**Parágrafo sobre a situação financeira do HUB: fontes de financiamento, o tamanho da dívida (sua progressão e suas razões, o que causa a dívida?), qual seria o financiamento ideal, quais projetos e setores necessitam de verbas e quanto.

3 anos o pronto-socorro do Hospital Universitário de Brasília foi fechado em razão de problemas em sua estrutura física.

Em um período de duas semanas após esse fato, os estudantes da Faculdade de Saúde e Medicina realizaram uma assembléia geral, na qual se fizeram presentes cerca de 25% do corpo discente. A conduta dos estudantes foi realizar reuniões de representantes com a diretoria do hospital, na qual houve a promessa de que o pronto-socorro voltaria a funcionar em, no máximo, um ano. Ocorre que, em três anos foram feitas várias outras reuniões, traçadas metas e prazos, os quais não foram cumpridos.

No dia 26 de agosto de 2010, os estudantes da Faculdade de Saúde e Medicina realizaram um protesto em frente aos tapumes do antigo pronto-socorro, que prosseguiu até a reitoria para a entrega de um documento ao reitor José Geraldo Júnior, o qual esclarecia a situação de descaso em relação ao andamento das obras, as quais não haviam sido iniciadas, e exigia maior participação por parte da reitoria. Firmou-se o compromisso de que as obras começariam em novembro de 2010, porém quase três meses após a data limite, não foi feita nem mesmo uma licitação.

No dia 6 de dezembro de 2010, foi realizado um protesto na Universidade de Brasília no evento de inauguração do Beijódromo, prédio do memorial Darcy Ribeiro, no qual foi entregue uma carta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a qual expunha a situação de precariedade do Hopital Universitário de Brasília, cuja UTI neonatal se encontrava fechada assim como o pronto-socorro, e pedia apoio financeiro para a instituição. Foi recebida uma carta resposta do Ministério da Saúde no dia 14 de março de 2011, a qual esclarece meios para conseguir maior financiamento junto a programas desse Ministério.

No dia 19 de janeiro de 2011, foi feito um novo protesto no Hospital Universitário na ocasião da visita do recém eleito governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz. O movimento SOS HUB entregou-lhe um documento explicando a situação em que se encontrava o hospital, com inúmeras obras paradas como o Instituto da Criança e do Adolescente (parada há dois anos) e o Pronto- Socorro, cuja obra ainda não havia sido licitada. O documento ainda pedia mais apoio do Governo do Distrito Federal para o HUB, com a concessão de funcionários da rede pública para atuação no hospital. Houve a promessa de que a obra do Instituto da Criança e do Adolescente (ICA) começaria imediatamente e a do Pronto-Socorro em 100 dias, com conclusão em julho de 2011.

As obras referentes ao ICA começaram poucos dias depois, porém ainda não foi feita a licitação para a obra do Pronto-Socorro quase 100 dias após o protesto.

Hoje, o pronto-socorro tornou-se uma preocupação de todos os estudantes da UnB, assim como da comunidade do Distrito Federal, pois sobrecarrega os hospitais da Fundação Hospitalar do Governo do Distrito Federal, e fere o tripé básico no qual se apóia a universidade: ensino, pesquisa e extensão.

O HUB é o maior prestador de serviços da UnB à comunidade do Distrito Federal, logo é o maior projeto de extensão da universidade, na medida em que oferece atendimento de saúde aos usuários do SUS, com profissionais altamente qualificados.

Três mil pacientes deixaram de ser assistidos a cada mês na unidade de pronto atendimento, o que totaliza 108 mil pessoas sem assistência, ocasionando o remanejamento dos interessados para outros serviços de saúde da região, sobrecarregando os pronto-socorros dos demais hospitais da rede pública.

Não é incomum chegarem pacientes em estado grave ao HUB, em severo risco de morte, porém os médicos e os estudantes nada podem fazer, pois o local de pronto atendimento não está funcionando. A conduta, nesse caso, é orientar o doente a procurar o Hospital Regional da Asa Norte (HRAN) ou o Hospital de Base, o que sobrecarrega esses serviços e nos leva ao inexorável questionamento se o tempo no translado para um outro hospital será decisivo na sobrevivência desse paciente.

O ensino para todos os cursos de saúde, em especial os de Nutrição, Enfermagem, Farmácia, Odontologia e o de Medicina, foi prejudicado desde o fechamento do pronto-socorro, o qual é fundamental no aprendizado prático. Trata-se do principal meio para ingresso do paciente no sistema de atendimento do hospital, local onde o aluno é instruído quanto aos procedimentos em urgências, e é onde o estudante aprende a lidar com as doenças mais incidentes em sua região.

Atualmente, a UnB forma profissionais com vasta experiência em doenças crônicas, como o câncer e lúpus, porém com pouca experiência em casos simples e muito incidentes como diarréia, gripe, desidratação, infarto agudo do miocárdio e apendicite, ou ainda paradas cardíacas, cuja incidência revela-se bastante reduzida em um hospital sem pronto-socorro.

A Universidade de Brasília forma boa parte dos profissionais de saúde que atendem na rede pública do DF, logo é de inexorável interesse para o Governo do Distrito Federal e para a população dessa cidade e do entorno que o serviço do HUB e a formação desses profissionais sejam de excelência.

Uma solução paliativa para o problema foi enviar os alunos em período de internato do curso de Medicina para outros hospitais como o HRPa (Hospital Regional do Paranoá), cuja preceptoria ( professores tutores ) tem se mostrado precária ou inexistente, o que compromete também a qualidade do ensino.

As pesquisas na área clínica, cirúrgica e epidemiológica também restaram prejudicadas, pois há pouca rotatividade de pacientes e pequena variedade de casos, os quais fornecem o substrato de análise para os estudos científicos da área. Nessas condições é impossível para o pesquisador trabalhar problemas brasileiros com padrões internacionais, como idealizaram os criadores dessa instituição.

Sem um pronto-socorro fica difícil dizer que a UnB é uma universidade completa, como nasceu para ser. O pronto-socorro fechado envergonha o nobre legado deixado pelos fundadores da Universidade de Brasília como Darcy Ribeiro, Lúcio Costa, Athos Bulcão e Anísio Teixeira, e faz parecer inútil o trabalho e o idealismo depositados para erguer os pilares dessa universidade. Como será possível “dar à população de Brasília uma perspectiva cultural que a liberte do grave risco de fazer-se medíocre e provinciana no cenário urbanístico e arquitetônico mais moderno do mundo”, meta pautada por Darcy Ribeiro na fundação da Universidade de Brasília, se não podemos garantir a concretização do direito fundamental à saúde?

Movimento estudantil SOS HUB: salve-se quem puder.

Contatos do movimento SOS HUB: hubrasilia@gmail.com.br Manuela Chianca 9552 1912 Frederico Ribeiro 9909 6189 Pedro Morais 9658 0120

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Carta Entregue ao Governador Agnelo Queiroz

Na manifestação que fizemos hoje, tivemos contato direto com o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz e, nessa oportunidade, entregamos a ele uma carta redigida pelo Movimento SOS HUB na qual explicamos toda a situação do hospital, quais são os problemas, o que estamos reivindicando, etc.. Segue abaixo a carta, na íntegra:



Brasília-DF, 19 de janeiro de 2011.



Excelentíssimo Governador do Distrito Federal,


antes de mais nada, gostaríamos de lhe parabenizar pela conquista. Sabemos o quanto foi batalhada e merecida a sua vitória nas últimas eleições. É preciso coragem para ir de encontro a um sistema no qual a corrupção se infiltrou tão profundamente, como o governo do Distrito Federal. Vossa Excelência representa, para nós, a esperança de dias melhores.

Ainda que o HUB seja, financeiramente, de responsabilidade do Governo Federal, pedimos que apóie a luta do movimento SOS HUB, formado por estudantes das Faculdades de Saúde e Medicina da UnB, por um Hospital Universitário de qualidade. Por ser médico, sabe o quão árduo é o nosso caminho ao longo da universidade e da residência. Assim, o mínimo que devemos pedir é que o nosso ambiente de trabalho nos dê a condição de sermos grandes.


Atualmente, o Hospital Universitário de Brasília passa por uma série de problemas, dentre eles, os mais críticos são: a inexistência de um pronto-socorro e a falta de profissionais.

Para que o HUB funcione em condições ideais é necessária a contratação de aproximadamente 600 profissionais das várias áreas de saúde, dentre esses, 81 médicos. As especialidades mais defasadas são a ginecologia e obstetrícia, pediatria, neonatologia e anestesiologia. Para conseguir fechar uma escala de plantões nessas áreas é necessário firmar contratos precários e pouco atraentes para os médicos, e por vezes as vagas temporárias não são preenchidas. O bloco cirúrgico é subutilizado, e realiza apenas metade das cirurgias que poderia, devido à falta de anestesistas.


A contratação por concurso público é demorada e incerta, pois é feita sob autorização do MPOG, o qual não vem colaborando nos últimos anos, fato que gerou até mesmo um processo no Ministério Público para forçar a liberação das contratações. Logo, é de importância ímpar que o GDF faça a concessão temporária de funcionários da Fundação de Saúde do DF para o Hospital Universitário, com o objetivo de preencher esses cargos até que médicos concursados os ocupem, e com isso garantir o pleno funcionamento dos serviços oferecidos à população do Distrito Federal.

dois anos e nove meses o pronto-socorro do Hospital Universitário de Brasília foi fechado em razão de problemas em sua estrutura física.

Em um período de duas semanas após esse fato, os estudantes da Faculdade de Saúde e Medicina realizaram uma assembléia geral, na qual se fizeram presentes cerca de 25% do corpo discente. A conduta dos estudantes foi realizar reuniões de representantes com a diretoria do hospital, na qual houve a promessa de que o pronto-socorro voltaria a funcionar em, no máximo, um ano. Ocorre que, em dois anos e nove meses foram feitas várias outras reuniões, traçadas metas e prazos, os quais não foram cumpridos.

No dia 26 de agosto de 2010, os estudantes da Faculdade de Saúde e Medicina realizaram um protesto em frente aos tapumes do antigo pronto-socorro, que prosseguiu até a reitoria para a entrega de um documento ao reitor, o qual esclarecia a situação de descaso em relação ao andamento das obras, as quais não haviam sido iniciadas, e exigia maior participação por parte da reitoria. Firmou-se o compromisso de que as obras começariam em novembro de 2010, porém quase três meses após a data limite, não foi feita nem mesmo uma licitação.

Hoje, o pronto-socorro tornou-se uma preocupação de todos os estudantes da UnB, assim como da comunidade do Distrito Federal, pois sobrecarrega os hospitais da Fundação Hospitalar do GDF, e fere o tripé básico no qual se apóia a universidade: ensino, pesquisa e extensão.

O HUB é o maior prestador de serviços da UnB à comunidade do Distrito Federal, logo é o maior projeto de extensão da universidade, na medida em que oferece atendimento de saúde aos usuários do SUS.

Três mil pacientes deixaram de ser assistidos a cada mês, o que totaliza 99 mil ao longo desses dois anos e nove meses, ocasionando o remanejamento dos interessados para outros serviços de saúde da região, sobrecarregando os pronto-socorros dos demais hospitais da rede pública.

Não é incomum chegarem pacientes em estado grave ao HUB, em severo risco de morte, porém os médicos e os estudantes nada podem fazer, pois o local de pronto atendimento não está funcionando. A conduta, nesse caso, é orientar o doente a procurar o HRAN ou o Hospital de Base, o que sobrecarrega esses serviços e nos leva ao inexorável questionamento se o tempo no translado para um outro hospital será decisivo na sobrevivência desse paciente.

O ensino para todos os cursos de saúde, em especial os de Nutrição, Enfermagem, Farmácia, Odontologia e o de Medicina, foi prejudicado desde o fechamento do pronto-socorro, o qual é fundamental no aprendizado prático. Trata-se do principal meio para ingresso no sistema de atendimento do hospital, local onde o aluno é instruído quanto ao procedimento em urgências, e é onde o estudante aprende a lidar com as doenças mais incidentes em sua região.

Atualmente, a UnB forma profissionais com vasta experiência em doenças crônicas, como o câncer e lúpus, porém incapazes de tratar com destreza casos simples como diarréia, gripe, desidratação e apendicite, ou ainda paradas cardíacas, cuja incidência revela-se bastante reduzida em um hospital sem pronto-socorro.

A Universidade de Brasília forma boa parte dos profissionais de saúde que atendem na rede pública do DF, logo é de inexorável interesse para o GDF que a formação desses profissionais seja de excelência.

Uma solução paliativa para o problema foi enviar os alunos em período de internato do curso de Medicina para outros hospitais como o HRPa (Hospital Regional do Paranoá), cuja preceptoria tem se mostrado precária ou inexistente, o que compromete também a qualidade do ensino. Além disso, o acesso dos estudantes e professores da UnB a outros hospitais da Fundação de Saúde é restrito, pois são de uso exclusivo da Escola Superior de Ciências da Saúde, fato que diminui a inserção dos alunos em cenários variados da prática em saúde.

As pesquisas na área clínica, cirúrgica e epidemiológica também restaram prejudicadas, pois há pouca rotatividade de pacientes e pequena variedade de casos, os quais fornecem o substrato de análise para os estudos científicos da área. Nessas condições é impossível para o pesquisador trabalhar problemas brasileiros com padrões internacionais, como idealizaram os criadores dessa instituição.

Sem um pronto-socorro fica difícil dizer que a UnB é uma universidade completa, como nasceu para ser. O pronto-socorro fechado envergonha o nobre legado deixado pelos fundadores da Universidade de Brasília como Darcy Ribeiro, Lúcio Costa, Athos Bulcão e Anísio Teixeira, e faz parecer inútil o trabalho e o idealismo depositados para erguer os pilares dessa universidade.

Finalizamos com as palavras da estudante Marcela Peres dirigida a V. Exa. quando almoçou no Restaurante Universitário conosco: “Agnelo pediu o apoio do jovens e nós também gostaríamos de pedir o apoio de Agnelo. O projeto SOS HUB – salve-se quem puder é um projeto criado pelos alunos das Faculdades de Medicina e Ciências da Saúde para recuperar o Hospital Universitário.”.

Gostaríamos de lhe agradecer pelo tempo – tão escasso – para ler essa carta, pela paciência em nos ouvir no almoço do dia 29/10/2010, antevéspera das eleições, e principalmente por dar à saúde do DF a atenção que merece.


Respeitosamente,



Movimento estudantil SOS HUB: salve-se quem puder.












Contatos do movimento SOS HUB: hubrasilia@gmail.com.br

Manuela Chianca 9552 1912

Frederico Ribeiro 9909 6189

Pedro Morais 9658 0120





Movimento SOS HUB no Twitter !

O Movimento SOS HUB também fez Twitter.. Sigam e divulguem o nosso movimento !


FORÇA PARA O NOSSO MOVIMENTO




Cobertura do Protesto no DFTV

O DFTV deu bastante valor ao nosso movimento e apresentou matéria sobre nós em suas 2 edições ! Seguem abaixo os vídeos :












PROTESTO DO MOVIMENTO (19/01/2011)

Hoje, o Movimento SOS HUB organizou hoje, dia 19 de janeiro de 2011, um protesto no Hospital Universitário, aproveitando-se da visita que o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, junto do seu comitê de crise na saúde fez ao hospital. Estudantes de Medicina, Enfermagem e outros cursos da área de saúde da UnB fizeram cartazes, pintaram os rostos, uniformizaram-se para mobilizar a mídia à divulgar o movimento. Segue abaixo a repercussão e os vídeos que por enquanto encontramos na internet, aos poucos iremos atualizando !

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

A questão dos trabalhadores terceirizados do HUB

Os terceirizados são trabalhadores que desempenham atividades fundamentais para o funcionamento do hospital, mas não são contratados diretamente por ele. Em vez disso, são contratados por empresas intermediárias. O HUB contrata essas empresas para desempenharem funções, como limpeza, vigilância, cozinha ou administração, e as empresas então assumem a responsabilidade por contratar e gerir os funcionários.

A terceirização é um processo normalmente apresentado como uma forma de gestão mais eficiente e produtiva, pois o hospital se desresponsabiliza pela gestão do pessoal. O que normalmente não aparece à tona é que os terceirizados são contratados para exercer as mesmas funções dos concursados, mas em geral recebem menos da metade do seu salário. Os casos de atraso no pagamento dos salários, pagamentos incompletos e retardo no repasse dos ajustes salarias também são comuns. Essas pessoas em geral são pais e mães de família que precisam pagar aluguel, comida, luz... têm filhos... e, apesar de reconhecerem a situação precarizada de seu trabalho, não podem arriscar serem demitidos.

A estabilidade do emprego para os terceirizados é muito menor, as empresas de terceirização podem se desfazer facilmente deles quando envelhecem, engravidam ou se mobilizam politicamente. Inclusive, as empresas de terceirização que atuam no HUB possuem pessoas responsabilizadas por monitorar o comportamento dos funcionários e denunciá-los quando participam de assembléias e atos de protesto. Suas liberdades democráticas mais básicas, de livre associação e livre organização, ficam cerceadas pelo assédio moral que sofrem cotidianamente.

Contudo, no HUB existem funcionários em condições ainda piores que os terceirizados: os contratados. São pessoas contratadas diretamente pelo hospital para desempenharem determinado serviço, não tendo direito sequer a férias remuneradas. No final do ano passado houve uma breve mobilização desse setor para tentar receber o 13º salário, que não estava previsto na folha de pagamentos. Foram frequentes as queixas de que não se podia comprar um presente de Natal para o filho ou uma roupa para vestir no fim do ano, não se conseguia nem pagar as contas e não podiam tirar férias porque não dava para ficar sem o salário de um mês inteiro.

Meses depois, uma das empresas de terceirização demitiu 28 funcionários da portaria da UnB. Curiosamente, entre eles estavam dois dos principais líderes da mobilização pelo 13º salário para esses trabalhadores.. A acusação da empresa, de que ambos haviam faltado repetidas vezes ao serviço, era irreal, falsa como uma nota de três reais, e o Ministério Público ordenou a sua recontratação.

Os terceirizados e contratados ultimamente têm buscado apoio nas mais diversas esferas, mas seguem isolados. A administração da universidade não costuma intervir nas suas questões, alegando que este é um problema exclusivo da empresa contratada e de seus funcionários, apesar de eles exercerem funções na universidade e para a universidade. O Sintfub, sindicato dos funcionários da UnB, tampouco lhes dá a assistência necessária – somente aparece quando os próprios terceirizados fazem alguma manifestação. Os terceirizados são fundamentais para o funcionamento do HUB, mas são completamente marginalizados e negligenciados.

A terceirização é uma modalidade perversa de gerenciamento de pessoal, em que os funcionários recebem muito menos pelo seu trabalho, com frequencia vêem seus direitos mais básicos serem usurpados e ainda ficam sujeitos a perseguição quando tentam reagir. A realidade dos terceirizados do HUB é precária e não são amparados pela universidade nem pelo sindicato. Precisamos ser solidários a esse setor tão importante e tão esquecido no HUB! O movimento SOS HUB - Salve-se quem puder! apóia as bandeiras da isonomia salarial e do direito democrático de organização e mobilização e as demais lutas que surgirem.

sábado, 4 de setembro de 2010

Pronto-socorro da pediatria do HUB fica fechado no fim de semana

Hospital não tem médicos plantonistas suficientes para cobrir a escala. Reunião na segunda-feira vai discutir possíveis


Leonardo Echeverria - Da Secretaria de Comunicação da UnB





O pronto-socorro da pediatria do Hospital Universitário está fechado desde a tarde desta sexta-feira, 3 de setembro. A causa é a falta de médicos plantonistas para cobrir os turnos. Segundo Elza Noronha, vice-diretora do HUB, como os médicos são contratados como prestadores de serviços – sem carteira assinada – eles não se comprometem com a carga horária estabelecida pelo hospital.

É o caso dos profissionais que fariam o plantão de sexta e sábado. Eles deixaram a escala de plantão em aberto, e a diretoria decidiu fechar o atendimento ao público até que a escala esteja regularizada. Quando a unidade fechou, três crianças estavam internadas lá, mas já foram transferidas para a enfermaria.

"O problema é que não há no mercado uma reserva de profissionais disponíveis para trabalhar", diz Elza. Os plantonistas não têm uma carga horária fixa, eles recebem R$ 500 por 12 horas de trabalho. Com isso, a carga horária de cada médico varia mês a mês.

Segundo Elza, a falta de pessoal é o problema central do HUB. Lá trabalham 784 profissionais concursados, e 572 prestadores de serviço. Por causa da precariedade dos contratos de trabalho, esses últimos acabam tendo uma rotatividade muito grande. A solução seria contratar mais médicos via concurso, mas não há contratações autorizadas pelo Ministério do Planejamento.

O pronto-socorro da pediatria realiza cerca de 1.200 atendimentos por mês. Com o fechamento da unidade, os casos que chegarem ao hospital serão encaminhados a outros hospitais da rede pública. O HUB mantém uma ambulância 24 horas por dia para fazer o transporte nesses casos.

Na segunda-feira à noite, será feita uma reunião com todos os plantonistas para tentar resolver o problema.

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